Artesão das Águas
De João de Jesus Paes Loureiro
Um livro de 80 páginas, tendo um rio de águas brancas – eis o termo que os biólogos usam para definir os tipos de águas barrentas-, que lhe ilustra a capa. Pode-se esperar duas coisas ao observar a capa: um livro profundo e agitado, e um livro sereno e corrediço. A poesia de Paes Loureiro, no livro Artesão das águas, tem a tranquilidade da palavra “Dissolvo-me no limo das palavras/ entre Helenas, arcanjos e boiunas/ ouvindo Circe cantar/ em Maiandeuas onde o amor se perdeu/ e eu te perdi.”. Não se trata apenas de uma Amazônia poemada, trata-se, substancialmente, de nos encantarmos com a poesia que o autor nos oferece ao utilizar como elemento poético o cenário das águas, o imaginário amazônico que navega pelo rio e mergulhar nas profundidades da palavra e “penetrar umidamente gruta do poema”.
[ED. 2014]