BRASIL: a Amazônia, de Herbert H. Smith
BRASIL: A AMAZÔNIA, de Herbert H. Smith, foi traduzido para o português por Renato Lion Araújo† e Nelson Papavero. O autor, Herbert Huntington Smith, um dos mais célebres coletores de espécimes de história natural, nasceu em Manlius, estado de Nova Iorque, a 21 de janeiro de 1851. Aos 17 anos ingressou na Universida de Cornell, em Ithaca, N. Y., renomado centro de estudos. Em 1870, quando ainda estudante, teve a ocasião de viajar ao Brasil como participanteda Expedição Morgan, cujo objetivo era obter “a maior quantidade de espécimes de todos os departamentos da natureza”, mas precipuamente geológica. Morgan, um milionário de Aurora, N. Y., era o patrono da expedição. Charles Frederick Hartt, conhecido geólogo, que já participara de uma expedição anterior ao Brasil com Louis Agassiz1, foi escolhidocomo seu diretor. Além do botânico A. N. Prentiss, participavam os estudantes W. S. Barnard, C.J. Powers, P. P. Stanton, P. M. Johnson, D.B. Wilmot, H. H. Smith e Orville A. Derby. Este último viria posteriormente instalar-se no Brasil, dedicando-se ao estudo da geologia e paleontologia brasileiras. Os integrantes da Expedição Morgan trabalharam ao longo do vale amazônico até o Tapajós e o Trombetas.
Smith formou-se pela Universidade Cornell em 1872. Em 1874
teve vontade de regressar ao Brasil para coletar e estudar a fauna amazônica.
Passou dois anos nas cercanias de Santarém e na exploração dos
tributários da margem esquerda do Amazonas. No final dessa viagem
demorou-se quatro meses no Rio de Janeiro.
De volta aos Estados Unidos, teve a satisfação de ver um de seus
sonhos realizado – o “Scribner’s Magazine” de Nova Iorque incumbiu-o
de escrever uma série de artigos sobre o Brasil. Com esse objetivo, realizou
mais duas viagens a esse país, estudando a natureza, as condições
políticas e sociais, as indústrias e o problema da seca no Nordeste. Numa
de suas viagens foi acompanhado pelo desenhista J. Wells Champney.
Os artigos publicados no “Scribner’s Magazine” foram mais tarde
reescritos e ampliados, resultando no livro “Brazil: The Amazons and
the Coast”, publicado em dezembro de 1893.
Em 5 de outubro de 1880 Smith casou-se com Amelia Woolwirth,
de Brooklyn, N. Y., também cultora das ciências naturais e excelente
taxidermista e preparadora de insetos.