Ramon de Baños - um pioneiro do cinema catalão na Amazônia
O livro Ramon de Baños - um pioneiro do cinema catalão na Amazônia tem como organizador o historiador Pere Petit. Este livro é a última etapa de uma longa viagem. A primeira se iniciaem 1911 com a chegada de Ramon de Baños, técnico de laboratório eajudante de câmara, a Belém do Pará como operador e sócio de JoaquimLlopis, proprietário do Cinema Odeón. Nos dois anos seguintes criaramuma produtora para fazer documentários, reportagens e a revista cinematográficaPará Films Jornal. A malária que contraiu durante as filmagens deum documentário interrompeu esta aventura e Ramon retornou a Barcelonaem dezembro 1913, onde prosseguiu com a sua vinculação ao cinemacomo operador e montador.Com o seu irmão Ricard criou a Royal Film, produtora que cultivoudiversos gêneros que acusavam influências europeias e fizeram também filmespornográficos por encargo da Casa Real espanhola. A partir de 1923,a escassez de trabalho como operador obrigou Ramon a reciclar-se comorepresentante no estado espanhol da firma Pathé Baby e trabalhou em diferenteslaboratórios e como fotógrafo industrial. Durante a guerra civilespanhola (1936-1939), Ramon esteve a serviço do sindicato anarquista eapós a morte do seu irmão em 1939, seguiu sua carreira como operadorcinematográfico até 1953.Em 1955 Ramon de Baños foi procurado pelo historiador MiquelPorter i Moix quando pesquisava para o seu livro Cinematografia Catalana,escrito em colaboração com a sua esposa, Guillemette Huerre, e assim se10inicia a segunda etapa dessa viagem, agora de ordem historiográfica. Ramonera um dos poucos sobreviventes das origens do cinema catalão, cinemaque tinha gozado da sua época dourada durante a primeira década doséculo XX, mas que não logrou beneficiar-se da crise das cinematografiaseuropeias mais poderosas, afetadas pela primeira guerra mundial. Certamente,as recordações de Ramon eram essenciais para preservar a memóriadaqueles anos, pouco abundantes em documentação e bibliografia.